quarta-feira, 7 de maio de 2008

A DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A EM CRIANÇAS NO BRASIL E NO MUNDO


A deficiência de vitamina A é considerada uma problema grave em mais de sessenta países. Cerca de 2,8 milhões de crianças em idade pré-escolar no mundo são clinicamente afetadas pela hipovitaminose A, sendo cerca de 250 a 500 mil crianças tornam-se cegas todos os anos, sendo que cerca da metade morrem antes de completar um ano de vida.
No Brasil, a prevalência de DVA está estimada entre l6 e 74% em crianças menores de seis anos. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é considerado como área de carência subclínica grave tornando-se um problema de saúde pública, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, mas percebe-se prevalências mais elevadas em outros países.
Os programas de correção da DVA por órgãos governamentais no Brasil como o de Combate à Deficiência de Vitamina A, instituído pela Portaria do Ministério da Saúde, nº. 2.160 de 29 de dezembro de 1994; o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, através da Portaria do Ministério da Saúde nº. 729, de 13 de maio de 2005 destinam-se a prevenir e/ou controlar essa deficiência nutricional mediante a suplementação com megadoses de vitamina A, em crianças de 6 a 59 meses de idade e puérperas no pós-parto pertencentes à Região Nordeste, ao Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais e ao Vale do Ribeira, São Paulo. Apesar de não terem caráter nacional, dados levantados neste estudo sugerem que a DVA é um problema de saúde pública em várias regiões do Brasil.
Na América, crianças menores de cinco anos oscila de 6,1 % no Panamá a 36% em El Salvados. O problema é grave em cinco países, moderado em seis e leve em quatro. E as medidas para controlar a DVA incluem suplementação, fortificação do açúcar e algumas atividades de diversificação alimentar.
Na Ásia o problema nutricional alcança 118 países em desenvolvimento, como a região do Sudeste da Ásia, que abrange o maior número de casos.
Na África o problema de saúde pública está presente em 44 países, sendo particularmente grave no Mali. Em Moçambique, estima-se que 2,3 milhões de crianças abaixo de 5 anos tenham DVA. Na ausência de políticas apropriadas e programas de ação, a DVA pode ser atribuída como causa de mais de 30.000 mortes anualmente entre crianças menores de 5 anos, o que representa 34,8% de todas as causas de mortalidade neste grupo de idade. A suplementação de vitamina A tem sido adotada como estratégia a médio e curto prazo para controle da DVA em crianças.
Na Europa não é considerado como área de risco; por este motivo, trabalhos que abordam a DVA em crianças dos países desse continente são escassos.
Na Oceania existe um sério problema de DVA relacionado ao aumento do consumo de arroz e alimentos importados, em substituição aos alimentos tradicionalmente consumidos na região.
Os programas de correção da DVA por órgãos governamentais no mundo, como medida a curto prazo, a UNICEF, em parceria com a WHO e outros órgãos internacionais, tem implentado programas de suplementação de vitamina A para crianças de 6 a 59 meses de idade e puérperas no pós- parto.
Por muitos anos, diversos países foram relutantes em iniciar a suplementação de vitamina A devido a dúvidas sobre a segurança desta iniciativa. Mas os estudos mostraram que os benefícios da suplementação da vitamina A compensam todos os efeitos colaterais, que são muito raros. A Tanzânia, Nepal e Vietnã são exemplos de países onde os programas foram bem-sucedidos.
A UNICEF adota outras estratégias a longo prazo, como a fortificação dos alimentos, como o açúcar, a educação nutricional e o aumento da biodisponibilidade da vitamina A em alimentos.
A nível mundial, os dados ainda são escassos, embora os estudos que abordam a DVA em crianças no mundo revelem que esta deficiência é um problema de saúde pública, principalmente nas regiões mais pobres do globo.
A suplementação com vitamina A é uma medida a curto prazo, efetiva para combater a DVA. Já a educação nutricional pode ser útil a longo prazo como complemento à suplementação e à fortificação dos alimentos.

Veja mais detalhes das estatísticas no artigo da scielo em:
http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232007000500023&lng=pt

Nenhum comentário: