sexta-feira, 16 de maio de 2008

UMA FACA DE DOIS GUMES

PRESTE ATENÇÃO NA ESCOLHA DE SEU ANTIDEPRESSIVO


Se a depressão em si pode levar a diminuição do desejo e a ausência do orgasmo, os antidepressivos utilizados no tratamento podem também alterar, diminuir ou até mesmo cessar o desejo, a excitação e o orgasmo.
Dentre as disfunções sexuais secundárias promovidas pelo uso de medicamentos tricíclicos, a perda ou falta de desejo sexual, bem como a anorgasmia (ausência de satisfação sexual) são as principais reações adversas.
A anorgasmia, a diminuição ou fim da lubrificação nas mulheres ou a redução acentuada da libido tem sido observadas como efeito da ação de alguns fármacos de atividade dopaminérgica no sistema límbico. Medicamentos tais como Tofranil, Anafranil, Tryptanol e Pamelor reduzem a ansiedade, mas apresentam tais inconvenientes. A Clomipramina, por exemplo, tem sido associada à elevada prevalência de anorgasmia.
A preocupação com a disfunção sexual iatrogênica tem sido significativa. Os inibidores seletivos de 5-HT podem ser efetivos na diminuição de ansiedade sexual, mas retardam o orgasmo, tanto em homens quanto em mulheres. Dentre esses medicamentos se destacam aqueles compostos por Fluoxetina(Prozac), Sertralina(Zoloft) e Paroxetina (Aropax, Cebrilin).
As drogas serotonérgicas estão mais estreitamente associadas a efeitos sexuais adversos do que os compostos noradrenérgicos. A Paroxetina, por exemplo, apresenta como efeitos colaterais uma grande incidência de disfunção erétil nos homens e diminuição significativa da lubrificação vaginal nas mulheres, comparada a outros antidepressivos. A Paroxetina chega a ser indicada para casos em que o paciente demonstra uma libido sexual exagerada ou ejaculação prematura.
O uso de determinados antidepressivos, embora proporcionando reações adversas na sexualidade, é por vezes justificável pela justa adequação do quadro do paciente com a droga de escolha. Este seria um “preço” a ser pago pelo paciente uma vez que tais efeitos tendem a ocorrer em um curto espaço de tempo.
Atualmente, os medicamentos antidepressivos que apresentam substâncias como a Bupropiona e a Mirtazapina, que melhoram o desejo sexual, são uma boa opção para aquelas pessoas com algum grau de depressão. Essas substâncias podem também ser uma alternativa para aquelas pessoas usuárias de ADT ou dos inibidores de IMAO que sentem a influência de efeitos colaterais sobre a sexualidade.
Dessa forma, a disfunção sexual secundária, provocada por uma reação adversa de antidepressivos é um problema comum na clínica. Portanto é muito importante a escolha de uma droga efetiva para o combate a depressão que não comprometa a função sexual.

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