quinta-feira, 8 de maio de 2008

LIBERTE-SE DOS MITOS DA DEPRESSÃO


DEPRESSÃO NÃO É FRAQUEZA

A depressão é causada pela baixa concentração dos neurotransmissores excitatórios na fenda sináptica como a serotonina, dopamina e noraadrenalina.
A depressão geralmente é uma doença devastadora, apesar de muita gente ainda não acreditar que ela exista. Pode significar um sintoma que faz parte de inúmeros distúrbios emocionais sem ser exclusivo de nenhum deles, pode significar uma síndrome traduzida por muitos e variáveis sintomas somáticos ou ainda, pode significar uma doença, caracterizada por marcantes alterações afetivas.
Do ponto de vista clínico seria extremamente fácil e cômodo se a depressão fosse caracterizada, exclusivamente, por um rebaixamento do humor com manifestação de tristeza, choro, abatimento moral, desinteresse, e tudo aquilo que todos sabemos que uma pessoa deprimida apresenta. Desta forma, até o amigo íntimo, o vizinho ou o dono do bar da esquina poderiam diagnosticá-la.
A sintomatologia depressiva é muito variada e muito diferente entre as diferentes pessoas, assim como a reação do álcool em uma bebedeira geral, onde cada pessoa alcoolizada ficasse de um jeito; uns alegres, outros tristes, irritados, engraçados, dorminhocos, libertinos. Da mesma forma é na depressão, cada personalidade se manifesta de uma maneira.

Medicamentos Psiquiátricos: Mito e Realidade

Tanto a população leiga, quanto outros profissionais da área psicológica e da própria medicina mal formada contribuem negativamente para a adoção plena e satisfatória da opção terapêutica que é o uso da psicofarmacoterapia, que é um dos mais valiosos recursos médicos colocados à disposição da população.

Frases e opiniões pessoais que complicam casos de depressões:

- “Você não tem nada...é só um probleminha de nervos”; as pessoas (médicos, leigos e familiares) costumam crer que estão ajudando quem apresenta algum transtorno emocional agindo dessa maneira. Evidentemente, quem não tem nada não precisa de tratamento, mas dizer que a pessoa não tem nada pode menosprezar seu sofrimento. Essas pessoas ainda recomendam aos ansiosos e depressivos: procure pensar positivo, tire férias e passeie um pouco, procure ser mais otimista...

- “Você pode ficar dopado, você pode ficar viciado, você pode ficar um vegetal”. Defensores da idéia de que remédios e drogas não resolvem seus problemas, incluindo aqui até médicos, psicólogos principalmente, são os mesmos que costumam atribuir palavras naturalmente pejorativas como essas aos psicofármacos.

- “Remédios e drogas não resolvem seus problemas”; psicofármacos bem indicados atuam melhorando a performance psíquica, corrigindo a morbidade que a comprometia. Os ansiolíticos, por exemplo, ao reduzirem a ansiedade patológica que compromete o desempenho, acabam resultando em melhor rendimento global, resolvendo sim alguns problemas decorrentes dessa falha adaptativa.
Evidentemente, seria desejável que as pessoas vivessem sem medicamentos e sem qualquer outro tipo de remédio, assim como as pílulas anticoncepcionais, aspirinas, vitaminas, etc, seria desejável também que ninguém usasse óculos... e assim por diante. Entretanto, a medicina tem avançado o suficiente para fazer com que o diabético tenha uma vida bastante próxima do normal, assim como o reumático, o hipertenso, o míope, etc, incluindo aqui também os ansiosos.

Considerações finais

Portanto, deixo aqui minha experiência adquirida de dois tratamentos com antidepressivos. O primeiro feito há 18 anos atrás feito com um tricíclico e Alprazolam devido a uma depressão pós-parto. Depois de dois anos parei com a medicação, completamente curada, me sentindo muito feliz e nem por isso adquiri nenhuma dependência. No segundo tratamento, há dois anos atrás adquiri uma enxaqueca, originada de um stress, que analgésico nenhum fazia efeito, faço uso de Amitriptilina de 12,5 mg e não sinto nada de dor de cabeça e nenhum efeito colateral do uso do antidepressivo.
Na minha opinião, se dependência for considerada como uma necessidade contínua de usar novamente alguma coisa que proporciona bem estar, então a noção de dependência deve ser muito generosamente aplicada a uma série de aquisições da vida moderna. Sendo assim, fica difícil sabermos até que ponto não estaríamos também “viciados” na energia elétrica, na televisão, no telefone, no automóvel, nos congelados, no computador e assim por diante.
Os antidepressivos melhoram a afetividade das pessoas, que é um atributo indispensável para a adequada valorização da realidade e, principalmente, para a valorização de si mesma (autoestima). Estando afetivamente bem, as pessoas se adaptam melhor aos seus problemas vivenciais.

Um comentário:

Unknown disse...

É Nádia sei muito bem sobre o que você esta querendo dizer porque muito mais do que eu aprendi nas aulas do Aldo eu vive com uma pessoa muito especial que infelizmente não resistiu a essa doença dão triste. Temos que tirar esses mitos e mostrar que isso é sério e que é praticamente uma epidemia no muito todo como o stress ne? Parabéns gostei muito da notícia ...
Bjus mamãezinha do core